SE – Gabinete Militar tenta impedir entrada de sindicalistas no Palácio do governo de Sergipe

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O que poderia ser um simples ato protocolar de ofício ao governador Jackson Barreto (PMDB), no início da manhã de hoje, 2, a imprensa sergipana registrou a indignação de dirigentes de 12 entidades sindicais que foram impedidos de entrar no Palácio de Despacho.

Depois de telefonemas às autoridades e com a presença do chefe de Gabinete Militar do governador, os sindicalistas finalmente tiveram a permissão para entrar, juntos, e protocolar o ofício intersindical. Eles estão pleiteando ao governador a “reabertura de mesa unificada de negociações”. Das reivindicações, os sindicalistas querem a saída do limite prudencial e a reposição dos salários que está em torno de 20%, frente à inflação.

Intersindical

“Os sindicatos amadureceram o sentimento de que só com um movimento unificado dos servidores estaduais será capaz de pressionar o governador a garantir o direito constitucional de reposição inflacionária. Questionamos os dados financeiros apresentados. Acreditamos que, se de fato o governo cumprisse ao pé da letra a Lei de Responsabilidade Fiscal, ele tem margem financeira para conceder as demandas salariais dos servidores”, afirma o diretor do Sindicato do Fisco de Sergipe (Sindifisco), Abílio Castanheira.

Palacio governo sergipe

Indignados

Depois da negativa à entrada coletiva ao prédio público, o chefe do Gabinete Militar, tenente-coronel Eduardo, mandou servidores improvisarem um protoloco do lado fora do Palácio. A iniciativa foi recusada e desagradou ainda mais os sindicalistas.
O presidente da Associação dos Delegados de Sergipe (Adepol), Paulo Márcio, disse que a atitude do Gabinete Militar não era algo comum há muitos anos. “Impedir a entrada pacífica de grupos de servidores é algo inusitado nos últimos governos. Esse episódio se contrapõe inclusive à recente instalação da Comissão da Verdade em Sergipe, que pretende torna pública às graves violações à democracia e aos direitos praticadas durante o regime militar”, lembrou o delegado Paulo Márcio.

O vice-presidente da CTB/SE, Waldir Rodrigues afirmou que o governador precisa “melhorar” a relação política com os movimentos sindicais. “Jackson precisa voltar a receber pessoalmente os sindicatos e impedir que episódios equivocados e antidemocráticos como o que presenciamos nesta manhã”, defendeu Waldir.

Novo encontro

Os representantes das 12 entidades agendaram novo encontro entre eles para a próxima semana, dia 06, às 9h, na sede do Sindifisco. O ofício protocolado nesta quinta-feira foi assinado pelas seguintes entidades: CTB-SE; Sindicato do Fisco de Sergipe (Sindifisco); Sindicato dos Servidores da Área de Saúde (Sintasa); Sindicato dos Penitenciários (Sindipen); Sindicato dos Condutores de Ambulâncias de Sergipe (Sindconam); Sindicato dos Policiais Civis de Sergipe (Sinpol); Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público (Sintrase); Sindicato dos Enfermeiros (Seese); Sindicato dos Psicólogos (Sinpsi); Sindicato dos Médicos de Sergipe (Sindimed-SE); Associação dos Delegados da Polícia de Sergipe (Adepol) e Sindicato dos Radialistas do de Sergipe (STERT-SE).

Por Déa Jacobina – Sindifisco

Fonte: Portal CTB