Debatedores defendem investimento na proteção de adolescentes

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O fundador e coordenador do instituto de ensino Grupo de Amigos da Vida (GAV), Miranda Neto, defendeu mais atenção à infância e à adolescência no Brasil para evitar que jovens se envolvam com crimes. Coordenador de uma escola piauiense cujo projeto se baseia na disciplina dos estudantes e prioriza valores como amizade, solidariedade e respeito, ele também pediu apoio dos parlamentares a programas da sociedade civil voltados a jovens.

“O que é mais barato? Comprar uma bola ou construir um presídio de R$ 5 milhões? Será que vamos resolver o problema da violência punindo a quem já está sendo punido?”, questionou, em comissão geral que discute proposta que aumenta o tempo de internação de menores infratores.

O questionamento é o mesmo da deputada Erika Kokay (PT-DF). Para ela, “os adolescentes são mais vítimas do que vitimizadores”. Por viverem uma fase de desenvolvimento, disse, precisam de proteção integral.

Kokay afirma que três anos de internação – punição máxima prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente hoje, para jovens que cometem crimes graves – é o tempo necessário para a ressignificação de sua vida. O Projeto de Lei 7197/02, tema de debate da comissão geral, aumenta o tempo máximo para oito anos.

“Oito anos de internação corresponde ao mesmo tempo de prisão de um adulto que cometeu homicídio e que tenha tido uma pena de 48 anos de reclusão”, comparou.

Na opinião de Kokay, em vez de aumentar o tempo de internação, o debate deveria ser voltado ao acompanhamento de adolescentes que tenham cumprido medida socioeducativa.

A sessão prossegue no Plenário Ulysses Guimarães.

Fonte: Agência Câmara Notícias