AC – Elivan é condenado a 26 anos de prisão por morte de delegado no AC

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Após aproximadamente 10 horas de julgamento, Elivan Verus da Silva, de 34 anos, foi condenado pelo Fórum Criminal de Xapuri, município acreano a 188 km da capital Rio Branco, a 26 anos de prisão pela morte do delegado Antônio Carlos Marques, de 34 anos, e a 2 anos e seis meses pelo sequestro de uma mulher. Silva já havia sido condenado, no dia 17 de junho, pela tentativa de homicídio da ex-namorada e por matar a facadas a filha dela, Janaína Nunes da Costa, que tinha 15 anos.

Somadas, as penas podem chegar 66 anos e seis meses anos em regime fechado. No entanto, de acordo o juiz responsável pelo caso, Luiz Gustavo Alcalde Pinto, diferente do que ocorreu no primeiro julgamento, dessa vez a defesa do réu manifestou interesse em recorrer da sentença.

“O Ministério Público do Acre (MP-AC) se deu por satisfeito, todavia, a defesa manifestou interesse de apresentar recurso, que já foi recebido e abrimos prazo de até oito dias para que a defesa apresente suas razões. Portanto, essa pena ainda não é definitiva”, explica.

Elivan irá esperar o julgamento do recurso no Presídio Francisco d’Oliveira Conde, em Rio Branco.

Delagados acompanham julgamento de Elivan Verus da Silva, em Xapuri (Foto: Arquivo Pessoal)Delagados acompanharamm julgamento de Elivan
(Foto: Arquivo Pessoal)

Ainda segundo o juiz, o pai do delegado, Luiz Paulino Melo e a viúva, Maria Melo, viajaram do Rio de Janeiro até Xapuri para poder acompanhar o julgamento. “A mãe dele não teve condições de participar em virtude de um quadro acentuado de depressão provocado pela morte do filho. Ela acabou ficando na capital carioca”, conta.

O julgamento de Elivan foi acompanhado por cerca de 20 delegados, que foram até Xapuri para acompanhar o desfecho do caso, e pelo secretário de Segurança Pública do Acre, Emylson Farias. A rua em frente ao fórum da cidade foi fechada e os delegados vestiam camisetas com o rosto de Antônio Carlos Marques.

Entenda o caso
Elivan Verus da Silva, de 34 anos, foi condenado, no dia 17 de junho, por matar a adolescente Janaína Nunes da Costa, de 15 anos, no dia 26 de novembro de 2014, com três facadas, na cidade de Xapuri. Ele era namorado da mãe da garota e, segundo a polícia, durante uma briga do casal, Janaína tentou defender a mãe das agressões do companheiro. A jovem foi ferida com facadas no pescoço, mão e cabeça.

O delegado titular da cidade, Antônio Carlos Marques Melo, ficou responsável pelas investigações. No dia 14 de dezembro de 2014, quase um mês após o primeiro crime, o delegado foi baleado no tórax e perna durante uma operação para tentar prender o suspeito, sendo encaminhado para Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb).

A prisão do suspeito só ocorreu no dia seguinte, 15 de dezembro, quando a polícia fez uma operação para a captura de Silva. Ele foi preso na cidade de Xapuri, enquanto tentava se esconder em um matagal na zona rural da cidade.

Após 25 dias na UTI, o delegado Antônio Carlos morreu devido à gravidade dos ferimentos. Ele já havia perdido um rim, o baço, parte do estômago e do intestino. Procurado pelo G1, na época, o então presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Acre (Adepol), Rafael Pimentel, lamentou o ocorrido. “Temos um herói morto e um bandido vivo, e isso causa revolta e consternação, diante dessa situação. Ele foi um guerreiro, todo dia para ele foi uma batalha, uma luta”, afirmou.

Delegado Antônio Carlos Marques Melo foi baleado no tórax e perna esquerda (Foto: Reprodução/TV Acre)Delegado Antônio Carlos Marques Melo morreu após 25 dias na UTI (Foto: Reprodução/TV Acre)
Fonte: G1