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SE – Delegados denunciam insalubridade em delegacias

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Os delegados de polícia continuam mobilizados restringindo à atividade aos casos de flagrante e aos trabalhos de emergência nas Delegacias de Polícia. Mas, todos os trabalhos ficam ainda mais comprometidos em decorrência da greve deflagrada pelos agentes. Além do repúdio ao parcelamento dos salários, os delegados de polícia denunciam superlotação e insalubridade nas celas das Delegacias de Polícia onde se acumulam mais de 500 presos provisórios, segundo dados da Associação dos Delegados de Polícia de Sergipe (Adepol).

O delegado Paulo Márcio Ramos, presidente da Adepol, analisa que a carceragem em Delegacias de Polícia acaba prejudicando a atividade fim da polícia civil: a investigação. “Manter preso em delegacia por si só já é uma irregularidade, a mera custódia de presos em delegacia fere a lei de Execução Penal”, diz o delegado. “Não sendo mais do interesse da investigação, o preso deve ser transferido de imediato para o sistema prisional e o governo tem que criar vagas no sistema”, considerou.

O presidente da Adepol alerta que a superlotação nas delegacias provoca insalubridade e desvio de função. “É necessário deslocar um grande efetivo para fazer a custódia de preso e ter o ônus de cerca de 45 mil refeições por mês, sem falar na insegurança que causa para quem trabalha e para toda vizinhança”, comenta Paulo Márcio, fazendo referência ao assassinato de um agente dentro da Delegacia de Itabaiana, ocorrido neste ano.

A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Segurança Pública informou que o fim da superlotação nas delegacias depende das vagas que surgem no sistema prisional. A assessoria diz que a SSP está confiante nos entendimentos com a Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania (Sejuc) para resolver o problema.

Medidas

O secretário Antonio Hora Filho, de Justiça e Cidadania, informou que está impossibilitado de combater a superlotação nas delegacias neste momento em decorrência da interdição do Complexo Penitenciário Carvalho Neto, reconhece dificuldades para solucionar o problema a curto prazo, mas informou que está adotando medidas.

O secretário diz que o sistema em Sergipe tem capacidade para 2,2 mil vagas, mas está com 4.065 presos. Ele acredita que parte do problema será solucionado antes do final deste ano, a partir do monitoramento de presos por meio de tornozeleiras eletrônicas, que já estão sendo adquiridas pelo Governo, criação da Central Integrada de Alternativas Penais com um plano piloto a ser instalado em Nossa Senhora do Socorro, instituição de vídeo audiência para realizar as oitivas dos réus em juízo e adoção de medias de ressocialização através de cursos profissionalizantes e atividades culturais nos presídios para reduzir a reincidência de crimes. “Estamos humanizando a pena, mas precisamos também compreender que a sociedade deixar de cometer delitos e trabalhar a origem do problema”, enalteceu o secretário.

 

 

Fonte: Infonet

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