A CPI da Violência Contra Jovens Negros e Pobres ouve nesta tarde o pesquisador da área de Igualdade de Gênero e Raça da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, Antonio Teixeira de Lima Junior. O debate será realizado às 14h30, no plenário 14.
“Escutá-lo sobre dados e indicadores do da violência contra os jovens negros no país irá contribuir para o debate e os trabalhos da comissão”, afirma o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), que propôs o encontro.
Números da discriminação
Segundo informações do Sistema de informações sobre Mortalidade e do Censo Demográfico do IBGE, de 2010, enquanto a taxa de homicídios de negros era de 36 mortes por 100 mil negros, entre os brancos esse índice era de 15,2.
Um estudo do Ipea de 2013 estima que mais de 39 mil pessoas negras são assassinadas todos os anos no Brasil, contra 16 mil indivíduos de todas as outras “raças”.
Mapa da Violência
Na semana passada, a CPI ouviu o sociólogo Júlio Jacobo Waiselfisz, responsável pelo estudo “Mapa da Violência 2014: Os jovens do Brasil”.
Segundo o levantamento, os homicídios são hoje a principal causa de morte de jovens de 15 a 29 anos no Brasil, e atingem especialmente jovens negros do sexo masculino, moradores das periferias e áreas metropolitanas dos centros urbanos. Em 2012, dos 56.337 mortos por homicídios, no Brasil, 53,37% eram jovens. Destes, 77% eram negros (assim considerados a soma de pretos e pardos) e 93,3% eram homens.
Jacobo disse aos parlamentares que os principais fatores para o alto índice de homicídios de jovens negros no Brasil são a elevada taxa de impunidade e a ideia de que são os negros que moram na periferia os responsáveis pela criminalidade.
