AC – Ao menos 20 delegados acompanham julgamento de Elivan em Xapuri

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Com blusas em homenagem ao delegado Antônio Carlos Marques, de 34 anos, atingido por um tiro durante uma ação em Xapuri, no dia 15 de dezembro de 2014, ao menos 20 delegados do Acreacompanham o segundo julgamento de Elivan Verus da Silva, de 34 anos, acusado pelo homicídio do delegado e pelo sequestro de uma mulher. O julgamento ocorre no Fórum Criminal de Xapuri, nesta quarta-feira (1) com previsão de seguir até às 20h. Além de alguns representantes da Associação dos Delegados de Polícia do Acre (Adepol), autoridades estão presentes para assistir o julgamento. A rua que fica em frente ao fórum da cidade foi fechada.

De acordo com o presidente da Adepol, delegado Cleiton Ribeiro, os colegas de trabalho de Antônio Carlos estão no local como forma de protesto.”Estamos aqui para acompanhar o desfecho desse caso na expectativa de que o acusado tenha a devida condenação. Acompanhamos o procedimento registrado pela Polícia Civil, na legalidade, e agora acompanhamos o pós-julgamento”, disse.

Ribeiro falou ainda que a mobilização é em decorrência da relação de amizade entre os delegados. “Não estamos em maior quantidade para não comprometer o atendimento da nossa população. Vale lembrar que o delegado Antônio Carlos era muito querido pela classe, tanto pela pessoa que era, como pelo serviço que prestava à comunidade”, disse.

 

 

Julgamento pode ocorrer até às 20 h, segundo o juiz de Xapuri, Luiz Gustavo Alcalde Pinto (Foto: Arquivo Pessoal)
Julgamento pode ocorrer até às 20 h, segundo o juiz de Xapuri, Luiz Gustavo Alcalde Pinto (Foto: Arquivo Pessoal)

De acordo com o secretário de Estado de Segurança Pública, Emylson Farias, que também está em Xapuri acompanhando o julgamento, o momento é de torcer para que a justiça seja feira.”Confio plenamente, como operador da segurança pública do Acre, e tenho convicção que essa investigação foi feita de maneira madura e equilibrada, que a justiça seja feita. Uma pessoa como essa, que matou um agente público e uma jovem, precisa estar presa, acrescentou”.

Segundo o juiz da Comarca de Xapuri, Luiz Gustavo Alcalde Pinto, o julgamento tem previsão de terminar às 20h. Se condenado, a pena pela morte do delegado será acrescida à anterior. O réu deve cumprir pena na Unidade Penitenciária Francisco d’Oliveira Conde, em Rio Branco.

Rua que fica em frente ao Fórum de Xapuri está interditada por causa do julgamento (Foto: Arquivo Pessoal)Rua que fica em frente ao Fórum de Xapuri está
interditada por causa do julgamento
(Foto: Arquivo Pessoal)

“Nos termos da legislação penal, caso o réu seja condenado, poderá estar sujeito a uma pena de 12 a 30 anos de reclusão no regime fechado. Então, ocorrerá a soma das penas e o processo será encaminhado à Vara de Execuções Penais da capital, que irá encaminhá-lo ao presídio”, afirma o magistrado.

Entenda o caso
No dia 17 de junho, Elivan Verus foi condenado a 38 anos de prisão por matar a facadas, no dia 26 de novembro de 2014, a jovem Janaína Nunes da Costa, de 15 anos, e pela tentativa de homicídio de sua então namorada, a mãe da garota.

O réu Elivan Verus da Silva, de 34 anos, foi acusado de matar a adolescente Janaína Nunes da Costa, de 15 anos, no dia 26 de novembro de 2014, com três facadas, na cidade de Xapuri. Ele era namorado da mãe da garota e, segundo a polícia, durante uma briga do casal, Janaína tentou defender a mãe das agressões do companheiro. A jovem foi ferida com facadas no pescoço, mão e cabeça.

A partir do crime, o delegado titular da cidade, Antônio Carlos Marques Melo, ficou responsável pelas investigações. No dia 15 de dezembro de 2014, quase um mês após o primeiro crime, o delegado foi baleado no tórax e perna durante uma operação para tentar prender o suspeito, sendo encaminhado para Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb).

A prisão do suspeito se deu ainda no dia 15 de dezembro, quando a polícia fez uma operação para a captura de Silva. Ele foi preso na cidade de Xapuri, enquanto tentava se esconder em um matagal na zona rural da cidade.

Após passar 25 dias na UTI, o delegado morreu devido à gravidade dos ferimentos. Ele já havia perdido um rim, o baço, parte do estômago e do intestino. O corpo do delegado foi velado na Secretaria de Polícia Civil, depois encaminhado para Niterói (RJ), onde foi enterrado no Cemitério do Caju.

 

Fonte: G1