40% dos profissionais de segurança pública deixam o tratamento psicológico antes do tempo

0
4379

De acordo com a coordenadora do Centro de Qualidade de Vida do Sistema de Segurança Pública e Prisional, psicóloga Darlim Mezomo, 40% dos profissionais de segurança pública que são atendidos no setor deixam o tratamento antes do tempo.

O Centro funciona na Academia de Polícia Integrada, no bairro São Pedro, e foi criado para atender os profissionais da Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, agentes do sistema prisional, agentes de trânsito e guardas municipais.

Segundo Darlim, é feito um teste nos profissionais durante as palestras de estresses para verificar se estão em algum nível que é definido por três fases: estresse de alerta, de resistência, quase exaustão e exaustão. “A gente aplica o teste, a pessoa ver que está com o estresse porque a gente chama e explica. No entanto, apesar de o profissional saber que está com estresse, muitas vezes ele não continua o atendimento”, lamenta.

Por conta dessa postura, a coordenadora explicou que o Centro passou a usar o ‘termo de recusa’ aos policiais e agentes que deixam o tratamento. “O termo é que a pessoa diga que ela está ciente que precisa ter o atendimento, que ela precisa ser tratada, mas ela não está querendo ser tratada”, explica.

Ela ressalta a importância da continuidade do atendimento junto aos profissionais habilitados, pois uma pessoa tratada ainda no estado de estresse de alerta ou de resistência pode evitar maiores transtornos.

“Quando chega numa fase da exaustão, ele já não tem mais domínio da sua própria atitude, de seus próprios atos. Age só impulsivamente, daí é complicado voltar atrás, depois de estar numa situação dessa de extremo”, analisa.

 

Fonte: Folha Web