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O QUE DEVEMOS APRENDER COM O 11 DE SETEMBRO

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Eugênio Ricas é Delegado Federal, Adido da PF nos EUA, Mestre em Gestão Pública pela UFES

              Há exatos 19 anos, no dia 11/09/2001, ocorreu o maior atentado terrorista da história. O Onze de Setembro, como ficou conhecido no mundo inteiro, matou quase 3.000 pessoas, feriu mais de 25.000 e provocou sérias consequências para a saúde de inúmeras pessoas. O episódio gerou pelo menos 10 bilhões de dólares de prejuízos em danos a infraestruturas. Além disso tudo, 343 bombeiros e 72 policiais foram mortos num dos mais tristes episódios da história humana.

              Para a empreitada, 19 terroristas ligados à organização al-Qaeda sequestraram 4 aviões que foram propositadamente lançados contra alvos previamente selecionados. Dois atingiram o Complexo World Trade Center (também conhecido como Torres Gêmeas) e um terceiro atingiu o Pentágono (edifício que abriga o quartel general do Departamento de Defesa dos EUA). O quarto avião caiu em uma área descampada no Estado da Pennsylvania, após passageiros terem entrado em luta corporal com os terroristas.

              Como resposta, os Estados Unidos declararam “guerra ao terror”, invadindo o Afeganistão para acabar com o Talibã e com a organização terrorista al-Qaeda. Além disso, internamente, foi criada a agência DHS (Department of Homeland Security) e normas como a “Lei de Segurança Nacional” (Homeland Security Act) e o “Ato Patriótico” (USA Patriot Act) também passaram a vigorar, aumentando a possibilidade de interceptação das comunicações e prevendo uma maior troca de informações entre as agências de segurança americanas.

              Um outro ponto que merece destaque foi a criação do National Targeting Center (NTC). O centro, que funciona em sistema de força tarefa, 24 horas por dia, 7 dias por semana, monitora em tempo real todo o fluxo de cargas e passageiros que, de alguma forma, possam ameaçar a segurança dos Estados Unidos. Além de contar com a presença de centenas de policiais das mais diversas agências americanas, o NTC também conta com policiais de outros países, propiciando um intenso e valioso intercâmbio de informações. O Brasil, atualmente, está representado no NTC com um oficial de ligação da Polícia Federal. Além de fornecermos informações que interessem aos EUA, temos acesso a policiais do mundo inteiro, viabilizando a obtenção rápida de informações confiáveis.

              Talvez, a mais valiosa lição tirada de um dos episódios mais tristes da história mundial recente seja, justamente, a constatação de que o trabalho em conjunto e o intercâmbio de informações são fundamentais para o combate efetivo às ameaças externas e internas de qualquer país. Com as facilidades que a tecnologia atual propicia é inimaginável o combate ao crime, ou ao terrorismo sem a integração de forças.

              Em 2001, o mundo inteiro ficou chocado com o atentado que matou quase 3000 pessoas, nos Estados Unidos. Muito já foi e continua sendo feito para que outros ataques não se concretizem. No Brasil, recentemente, tivemos a divulgação do Atlas da Violência de 2020. A publicação aponta que em 2018 quase 58.000 pessoas foram assassinadas em nosso país. São praticamente 20 atentados terroristas da mesma proporção do 11/9. O cenário atual brasileiro impõe, urgentemente, políticas eficazes, trabalho em conjunto e compartilhamento de informações. Somente assim, conseguiremos evitar que a violência atual continue reinando no Brasil.

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